O visionário Elon Musk

Conheça a trajetória de um dos maiores empreendedores de nosso tempo.

Ele não é um nome muito conhecido no Brasil, mas Elon Musk, 36 anos, é um dos maiores visionários no mundo dos negócios. Seus domínios englobam a exploração espacial, a produção de carros movidos a energia elétrica e a expansão no uso de painéis solares para captação de energia nas cidades.

Nascido na África do Sul, Musk iniciou seu primeiro grande negócio em 1995, o gerenciador de conteúdo para internet Zip2, nos primórdios da internet comercial, vendida por US$ 300 milhões em 1999 para a AltaVista.

Em seguida, emplacou seu segundo grande negócio fundando a X.com, mais tarde conhecida como PayPal, o sistema online de transações financeiras via e-mail. Em 2002, o eBay comprou o PayPal por US$ 1.5 bilhões. Musk detinha 11,7% das ações da empresa.

O capítulo mais impressionante de sua carreira vinha em seguida, com a visão que Musk tinha há tempos de que o futuro estava em mercados como a exploração espacial e o investimento em fontes "verdes" de energia.

Saindo totalmente do mercado de internet, Musk fundou a Space Exploration Technologies (ou SpaceX), investindo na produção de foguetes para lançamento de satélites e suprimentos para estações orbitais, num custo 80% (!!!) inferior às tecnologias existentes. Bem-sucedido novamente, sua empresa já possui contratos de fornecimento de foguetes para a NASA.

Outro caso de sucesso é a Tesla Motors, com a produção de carros totalmente movidos a energia elétrica. O Tesla Roadster já tem toda a produção de 2007 e parte de 2008 vendida. A visão de Musk é fazer a Tesla inspirar os grandes fabricantes a uma corrida pelo mercado de carros ecológicos e, assim, reduzir de forma significativa a emissão de gases poluentes.

Dificilmente encontramos trajetórias como a de Elon Musk. Empreendedor visionário, movido por grande paixão por todos os seus negócios e totalmente antenado com a indústria atual. Em entrevista a Wired Science, Musk afirmou que quer protagonizar o início da colonização espacial !

José Alencar Gomes da Silva

José Alencar Gomes da Silva (Muriaé, 17 de outubro de 1931) é um empresáriopolítico brasileiro. Foi senador pelo estado de Minas Gerais, e desde janeiro de 2003 é vice-presidente do Brasil. e

Sendo um dos maiores empresários do estado de Minas Gerais, construiu um império no ramo têxtil, sendo a Coteminas sua principal empresa. Elegeu-se vice-presidente da República do Brasil na chapa do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, conseguindo a reeleição em 2006, assegurando, portanto, a permanência no cargo até o final de 2010.

Foi, ao início, um vice-presidente polêmico, tendo sido uma voz discordante dentro do governo contra a política econômica defendida pelo ex-Ministro da Fazenda Antonio Palocci, que mantém os juros altos na tentativa de conter a inflação e manter a economia sob controle.

Já a partir de 2004, Alencar passou a acumular a Vice-Presidência com o cargo de Ministro da Defesa. Por diversas oportunidades, ele se demonstrou reticente quanto à sua permanência em um cargo tão distinto de seus conhecimentos empresariais, mas a pedidos do Presidente Lula, exerceu a função até março de 2006. Nesta ocasião, renunciou para cumprir as determinações legais com o intuito de poder participar das eleições de 2006.

Biografia

Filho de Antônio Gomes da Silva e Dolores Peres Gomes da Silva, José Alencar começou a trabalhar com sete anos, ajudando o pai em sua loja. Quando fez quinze anos, em 1946, ele foi trabalhar como balconista numa loja de tecidos conhecida por "A Sedutora". Em maio de 1948, mudou-se para Caratinga para trabalhar na "Casa Bonfim". Alencar notabilizou-se como um grande vendendor, tanto neste último emprego, quanto no anterior.

Aos dezoito anos, Alencar resolveu abrir o seu próprio negócio. Para isso contou com a ajuda do irmão Geraldo Gomes da Silva, que lhe emprestou quinze mil cruzeiros. Em 31 de março de 1950, José Alencar abriu a sua primeira empresa, que foi chamada de "A Queimadeira", localizada na cidade de Caratinga. A loja vendia diversos artigos, entre eles: chapéus, calçados, tecidos, guarda-chuvas e sombrinhas. Sempre contando com o apoio dos irmãos, José Alencar manteve sua loja até 1953, quando decidiu vendê-la e mudar de ramo.

José Alencar inicia seu segundo negócio na área de cereais por atacado, ainda em Caratinga. Logo em seguida participou - em sociedade com José Carlos de Oliveira, Wantuil Teixeira de Paula e seu irmão Antônio Gomes da Silva Filho - de uma fábrica de macarrão. Era a Fábrica de Macarrão Santa Cruz.

Ao fim de 1959, morre Geraldo, seu irmão. José Alencar assume, então, os negócios deixados por Geraldo na empresa União dos Cometas. Em homenagem ao irmão, a razão social foi alterada para Geraldo Gomes da Silva, Tecidos S.A.

Em 1963, construiu a Companhia Industrial de Roupas União dos Cometas, que mais tarde passaria a se chamar, Wembley Roupas S.A. Em 1967, em parceria com o empresário e deputado Luiz de Paula Ferreira, Alencar fundou, em Montes Claros, a Companhia de Tecidos Norte de Minas, Coteminas. Em 1975, inaugurava a mais moderna fábrica de fiação e tecidos que o país já conheceu.

A Coteminas cresceu e hoje são onze unidades que fabricam e distribuem os produtos. São fios, tecidos, malhas, camisetas, meias, toalhas de banho e de rosto, roupões e lençóis para o mercado interno, para os Estados Unidos, Europa e Mercosul.

Na vida política, José Alencar foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, presidente da FIEMG (SESI, SENAI, IEL, CASFAM) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria. Candidatou-se às eleições para o governo de Minas em 1994 e, em 1998, disputou uma vaga no Senado Federal, elegendo-se com quase três milhões de votos. No Senado, foi presidente da Comissão Permanente de Serviço de Infra-Estrutura - CI, membro da Comissão Permanente de Assuntos Econômicos e membro da Comissão Permanente de Assuntos Sociais.

Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto icupira e Marcel Telles


JORGE & CIA. A trajetória da trinca de ases liderada por Jorge Paulo Lemann que, há 15 anos, pagou US$ 60 milhões pela Brahma e agora embolsa US$ 4,1 bilhões com a venda do negócio

Há pouco mais de trinta anos, Jorge Paulo Lemann estava quebrado. Sua corretora de valores havia sucumbido diante de uma queda violentíssima na bolsa de valores, e o desastre só não foi maior porque um amigo do pai de Lemann, Ricardo Haegler, emprestou-lhe algum dinheiro. Fora do universo das finanças pouco se falou da derrocada daquela pequena corretora baseada no Rio de Janeiro. Nas (CARLOS ALBERTO SICUPIRA na foto)

duas últimas semanas, porém, o nome de Lemann circulou com destaque nos principais jornais de todo o mundo. Primeiro apareceu na famosa lista de bilionários da revista americana Forbes, aquela que aponta Bill Gates como o homem mais rico do planeta. A fortuna do brasileiro foi calculada em US$ 1,1 bilhão. Dias depois, Lemann voltou a ser centro de atenções, quando a Ambev, a gigante brasileira controlada por ele, anunciou a união com a belga Interbrew, formando a maior cervejaria do mundo. O negócio tornou Lemann ainda mais rico – embora isso faça pouca diferença para um sujeito que já tem mais de US$ 1 bilhão. Serviu também para reforçar as lendas em torno do mais arrojado, enigmático e polêmico empresário já surgido no Brasil. Lemann é o homem dos negócios considerados improváveis e até impossíveis. Quem, antes de julho de 1999, poderia imaginar um casamento entre duas inimigas mortais, como a Brahma e a Antarctica? Lemann imaginou e o concretizou. Quem ousaria apostar que um consórcio formado por quatro empresários brasileiros superaria grandes grupos internacionais e ficaria com a Telemar, num dos mais rumorosos e escandalosos capítulos da privatização das telecomunicações? Lemann apostou, e mais uma vez levou.


Assim, Lemann e seus dois inseparáveis companheiros, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, montaram um portifólio de participações acionárias em mais de 30 empresas, no qual aparecem nomes consagrados como Lojas Americanas, Telemar, Ambev, Submarino, Cemar, entre outras. Pode parecer uma salada de negócios e setores, fruto da ausência de foco de seus investidores. Engano. O que une atividades tão diversas é um mandamento que Lemann e Cia seguem com a determinação de um muçulmano. Juntos, eles compram empresas em dificuldades ou estagnadas, recuperam suas finanças e elevam seu valor para, em seguida, vendê-las por um preço muito maior do que a adquiriram.

(Marcel Telles)

A Ambev é o exemplo perfeito dessa estratégia. Em 1989, os três adquiriram a Brahma por US$ 60 milhões. Quinze anos depois, na madrugada da quarta-feira 3, aqueles US$ 60 milhões haviam se multiplicado por 70. Viraram US$ 4,1 bilhões, quando se consumou a troca de ações com a Interbrew. Isso significa que os investimentos de Lemann, Telles e Sicupira na área de cervejas renderam nada menos que 32% ao ano, em dólar, desde a entrada na Brahma. É algo extraordinário, sob qualquer parâmetro. O megainvestidor Warren Buffet, ídolo declarado de Lemann, é tido como um dos mais eficientes gestores de recursos do mundo porque consegue manter uma carteira que, há duas décadas, rende cerca de 20% ao ano, na sua empresa Berkshire Hathaway. O discípulo Lemann superou, de longe, o mestre. “Lemann é um líder nato, que tem uma visão estratégica inigualável”, disse à DINHEIRO Luiz Cezar Fernandes, ex-sócio do Banco Pactual. “Prova disso é o que ele conseguiu na área de cervejas”.

A trajetória de sucesso de Lemann no mercado financeiro começou em 1971, quando ele e outros cinco sócios fundaram o Banco Garantia. Seus parceiros iniciais eram Luiz Cezar Fernandes, que depois criou o Pactual, Guilherme Arinos, pai do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, Ercias Luterbach, Adolfo Gentil e José Carlos Ramos da Silva. Todos se conheciam dos pregões. Um ano depois, Lemann pediu a Luiz Cezar que fizesse um estágio no banco de investimentos Goldman Sachs, uma das principais casas de Wall Street. Luiz Cezar não sabia falar inglês e levou a tiracolo um garoto, que era um estagiário da casa. Seu nome: Marcel Telles. Beto Sicupira juntou-se ao grupo anos depois, quando Lemann adquiriu as Lojas Americanas. Nunca mais se separaram. Em comum entre eles, há um espírito permanente de competição e um apetite voraz pelo risco. O trio também divide uma série de hábitos que ajudou a criar em torno deles a mística que os acompanha até hoje. Os três aboliram a gravata de seu guarda-roupas profissional. Vestem-se informalmente e seguem dietas alimentares espartanas, o que explica o corpo esguio e seco de músculos. A atividade física faz parte de seu dia-a-dia. Lemann é fanático por tênis e na juventude chegou ao profissionalismo e disputou a Copa Davis pelo Brasil e pela Suiça. O pavor à exposição também os une. Lemann, Telles e Sicupira fogem dos holofotes como morcegos diante do menor sinal de luz. Todos também passam a maior parte de seu tempo fora do Brasil. Lemann escolheu Genebra, na Suíça, terra de seu pai, para fixar residência. Telles elegeu Mônaco, enquanto Sicupira preferiu Paris.

Donos de opiniões fortes, os três nem sempre vivem em clima de harmonia. O momento mais crítico ocorreu em 1997, em plena crise asiática. O três sócios, que sempre apostavam em tacadas de altíssimo risco (e, portanto, mais rentáveis) erraram a mão com papéis da dívida brasileira e tiveram de vender o Garantia para o Credit Suisse First Boston. Ganharam US$ 675 milhões na transação. Além de fissuras na relação entre eles, cicatrizadas nos anos seguintes, a derrapagem expôs um lado desconhecido da sociedade: o fracasso retumbante em alguns negócios. No setor têxtil, por exemplo, eles adquiriram a Artex, uma empresa com marca forte e resultados fracos, por US$ 10 milhões. Fizeram três chamadas de capital, venderam-na para a Coteminas, do atual vice-presidente da República, José Alencar, e mesmo assim não recuperaram o investimento. Por conta desse negócio, entraram em uma briga judicial com Alencar. Perderam em primeira instância e desistiram da ação quando o empresário assumiu a vice-presidência. Também se deram mal em investimentos na área de lazer, com o parque Hopi Hari, e no varejo com o Supermercados ABC, vendido por simbólicos R$ 1 mil, depois de geraram dívidas de R$ 50 milhões.

Com o passar dos anos, já bilionário, Lemann passou a investir maciçamente numa das empresas que ele mais admira: a Gilette. Hoje, ele é o segundo maior acionista da companhia, atrás apenas de Warren Buffet, de quem se tornou grande amigo. Tem uma cadeira no conselho de administração. Com um fortuna superior a US$ 2 bilhões, ele é também membro do conselho da Bolsa de Valores de Nova York. Qual a próxima tacada de Lemann & Cia? Muitos apostam que logo eles venderão sua participação na Interbrew por um preço maior do que compraram. “Aposto dez contra um que nenhum deles irá vender as ações da Interbrew”, diz Luiz Cezar Fernandes. “Vão ficar lá até morrer”.

Roberto Marinho




Roberto Marinho Proprietário do maior conglomerado de comunicação do Brasil e um dos maiores do mundo, as Organizações Globo, Roberto Marinho foi um dos homens mais poderosos e influentes do país no século 20.

Em sete décadas de trabalho, atuou nas mídias de rádio, televisão, jornal, editora, produção de cinema, vídeo, internet e distribuição de sinal de TV paga e de dados. Suas empresas atravessaram a virada do século 21 com mais de 15 mil funcionários e faturamento de aproximadamente US$ 2 bilhões, tornando-se um dos homens mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes.

Filho do jornalista Irineu Marinho Coelho de Barros e Francisca Pisani Barros, Roberto Pisani Marinho nasceu no Rio de Janeiro no dia 3 de dezembro de 1904 e teve mais quatro irmãos, dois homens e duas mulheres.

Educado na Escola Profissional Sousa Aguiar e nos colégios Anglo-Brasileiro, Paula Freitas e Aldridge, o empresário teve sua vida sempre ligada ao jornalismo. Em 1911, seu pai fundou o jornal A Noite, o primeiro vespertino moderno no Rio de Janeiro, que logo conquistou a liderança de vendas entre os vespertinos da então capital da república.

Início do Império Globo
Após vender A Noite, Irineu Marinho lançou o jornal 'O Globo', também vespertino, no dia 29 de julho de 1925, com uma tiragem de 33.435 exemplares. Nessa época, Roberto Marinho, com 20 anos, foi trabalhar com o pai, atuando como repórter e secretário particular.

Apenas 21 dias depois do lançamento do jornal, Irineu Marinho morreu de infarto enquanto tomava banho em sua casa. Apesar da pressão da família para assumir a direção do vespertino, Roberto Marinho preferiu deixar o comando da empresa nas mãos do jornalista Euclydes de Matos, amigo de confiança de seu pai. Enquanto isso, continuou trabalhando como copidesque, redator chefe, secretário e diretor. Somente com a morte de Euclydes de Matos é que assumiu a direção do periódico, em 1931.

Em oposição ao jornalismo partidário que ainda se praticava em outras mídias, 'O Globo' surgiu como um canal noticioso, defendendo causas populares e a abertura do país ao capital estrangeiro. Apesar de o jornal ser na época o principal meio de comunicação do grupo, o crescimento da empresa aconteceu com a venda de histórias em quadrinhos norte-americanas e de empreendimentos imobiliários.

No final de 1944, o empresário comprou a rádio Transmissora e lançou sua primeira emissora, a rádio Globo, que marcou o início da formação do seu conglomerado de mídia. Onze anos depois, ganhou a concessão de sua primeira estação de TV.

O início das transmissões do novo canal foi em 1965, quando o jornalista tinha 60 anos, com o início das transmissões do Canal 4, a Globo do Rio. No ano seguinte, o empresário adquiriu em São Paulo a TV Paulista, Canal 5, e começou a formar a rede de mais de 113 emissoras entre Geradoras e Afiliadas.

Dinheiro estrangeiro
Como na época não possuía o capital necessário para o novo empreendimento, Marinho se uniu ao grupo norte-americano Time-Life, para quem deu 49% de participação. O grupo trouxe investimentos estimados em US$ 25 milhões e a tecnologias avançadas, que mais tarde seria transformada no chamado "Padrão Globo de Qualidade".

Apesar das críticas e até mesmo da criação de uma Comissão Parlamentar de inquérito para investigar a parceria com o grupo americano, o que era proibido pela constituição, a Rede Globo em apenas cinco anos ganhou projeção nacional e se tornou líder de audiência. Em pouco tempo, a emissora já obtinha mais 75% do total de verbas publicitárias destinadas à mídia televisão. Em 1977, já com o seu império de mídia consolidado, construiu uma fundação com o seu nome, destinada à promoção da cultura e educação no país.

Ao longo de sua vida, Roberto Marinho teve grandes adversários, como Assis Chateaubriand, Carlos Lacerda, Samuel Wainer e Leonel Brizola, frutos de suas conflituosas relações com o poder, o qual muitas vezes foi acusado de ser conivente, principalmente durante o período da ditadura militar, período onde ocorreu o grande crescimento de suas empresas.

Vida pessoal
Casado por três vezes, Roberto Marinho teve quatro filhos, todos frutos de seu casamento com sua primeira esposa, Stela Marinho: Roberto Irineu, José Roberto, João Roberto e Paulo Roberto.

No Réveillon de 1970, seu filho Paulo Roberto, à época com 19 anos, morreu em um acidente de carro, na região dos Lagos, no Rio de Janeiro. O jornalista também foi casado com Ruth Marinho, sua segunda mulher, e, em 1984, casou-se com Lily de Carvalho, com quem viveu o restante de sua vida.

Com a idade avançada, em 1998, Roberto Marinho se afastou do comando das empresas e dividiu com seus filhos o poder das Organizações Globo: Roberto Irineu passou a supervisionar a televisão, enquanto João Roberto passou a dirigir o jornal e José Roberto, o sistema de rádio.

Em 1993, candidatou-se à vaga da cadeira de número 39 da Academia Brasileira de Letras, que antes pertencia ao também jornalista Otto Lara Rezende, sendo eleito no dia 22 de julho de 1993. Apesar de não possuir uma carreira literária, tornou-se "imortal" pelos "serviços prestados ao rádio e à televisão brasileira", com 34 dos 37 votos dos acadêmicos.

O jornalista Roberto Marinho morreu, aos 98 anos, no dia 6 de agosto de 2003. Ele estava em sua casa, no Cosme Velho, pela manhã, quando sofreu um edema pulmonar, provocado por uma trombose. O empresário foi, então, internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Samaritano, em Botafogo, mas não sobreviveu.

William Henry Gates (Bill Gates)


William Henry Gates III KBE, GCIH (Seattle, 28 de outubro de 1955), mais conhecido como Bill Gates, é, em parceria com o sócio Paul Allen, o fundador da Microsoft, a maior e mais conhecida empresa de software do mundo. Quando a riqueza da família é considerada, sua família fica em segundo lugar, atrás da família Walton.

Biografia

Nascido em uma família de posses — o pai era advogado de grandes empresas, e a mãe pertenceu à diretoria de vários bancos — Gates frequentou as melhores escolas particulares de Seattle, sua cidade natal, e também participou do Movimento Escoteiro ainda quando jovem. Bill Gates, que é canhoto[2], foi admitido na prestigiosa Universidade Harvard, mas abandonou o curso de Matemática e Direito no 3° ano, para dedicar-se à Microsoft.

Enquanto estudava em Harvard, desenvolveu junto com Paul Allen um interpretador da linguagem BASIC para um dos primeiros computadores pessoais a serem lançado nos Estados Unidos - o Altair 8800. Após um modesto sucesso na comercialização deste produto, Gates e Allen fundaram a Microsoft, uma das primeiras empresas no mundo focadas exclusivamente no mercado de programas para computadores pessoais ou PCs.

Gates adquiriu ao longo dos anos uma fama de visionário (apostou no mercado de software na época em que o hardware era considerado muito mais valioso) e de negociador agressivo, chegando muitas vezes a ser acusado por concorrentes da Microsoft de utilizar práticas comerciais desleais.

No ano de 2000, Gates promoveu Steve Ballmer, um amigo de longa data, ao posto de presidente da Microsoft e publicamente passou a ter uma participação menos ativa nos processos decisórios da empresa.

Em 2 de março de 2005, ele foi condecorado com o título de Comandante Cavaleiro do Império Britânico [3].

Bill Gates anunciou no dia 16 de junho de 2006, que vai deixar progressivamente o cargo de director da Microsoft até 2008 para poder se ocupar da fundação de caridade Bill & Melinda Gates Foundation.

No dia 27 de Junho de 2008, Bill Gates retirou-se definitivamente da Microsoft para se dedicar inteiramente aos seus projectos filantrópicos

A Microsoft

Foi fundada em 1975 por Bill Gates, então com 19 anos, em parceria com Paul Allen. O primeiro produto comercial da empresa foi o Altair BASIC para o MITS Altair (Micro Instrumentation Tlemetry System), produzido no mesmo ano. Em 1980 a empresa deu um passo decisivo ao adquirir da Seattle Computer Products o sistema operativo 86-DOS. Foi o começo do maior caso de sucesso empresarial da história americana.

Fortuna

Gates liderava o ranking dos mais ricos do mundo desde 1995, segundo a revista Forbes. Sua fortuna era estimada em US$ 130 bilhões.

Em 1999, Gates ultrapassou a marca dos US$ 100 bilhões, mas desde 2000 o valor nominal da Microsoft vem caindo após o estouro da internet, e também após várias doações multibilionárias feitas por Gates a projetos filantrópicos.

Em maio de 2006, Gates disse em uma entrevista que gostaria de não ser o homem mais rico do mundo, e que não gosta da atenção que trouxe.

Em 2 de junho de 2007 o mexicano Carlos Slim Helu, que aparecia no segundo lugar da lista assume o posto de homem mais rico do mundo com fortuna estimada em 67,8 bilhões de dólares, após ultrapassar o co-fundador da Microsoft.

Em 2008 a lista de bilionários da Forbes, aponta Gates como o terceiro homem mais rico do mundo, com fortuna estimada em 58 bilhões de dólares.

Filantropia

Em 2000, junto com sua esposa Melinda, Gates criou a Fundação Bill e Melinda Gates, uma organização filantrópica que tem por principais objetivos promover a pesquisa sobre a AIDS e outras doenças que atingem os países do terceiro mundo.

Em 2006, Warren Buffett, então o segundo homem mais rico do mundo,[7] integrou o projeto, anunciando seu plano de contribuir com 10 milhões de ações de classe B da companhia Berkshire Hathaway (US$ 30,7 bilhões aproximadamente), fazendo com que a fundação dobrasse de tamanho.

Segundo um artigo de 2004 da revista Forbes, Gates já doou cerca de 29 bilhões de dólares para a caridade desde o ano de 2000.

Bill Gates tem quatro filhos adotivos.

O primeiro computador Pessoal

O primeiro computador pessoal nasceu em 12 de agosto de 1981, concebido por 12 engenheiros que trabalhavam num projeto para a IBM. Tinha 15 metros de altura e pesava 11 toneladas. David Bradley e Don Estridge, chefes do projeto, pediram à Intel que fabricasse as placas de memória, mas ainda faltava o sistema operacional.

O jovem Bill Gates foi a uma pequena empresa que havia desenvolvido o sistema para o processador da Intel e decidiu comprá-lo, pagou cerca de US$ 50 mil, personalizou o programa e vendeu-o por US$ 80 mil, mantendo a licença do produto. Este viria a ser o MS-DOS e posteriormente, o Windows.

Irineu Evangelista de Sousa (Barão de Mauá)


Irineu Evangelista de Sousa (Arroio Grande, 28 de dezembro de 1813Petrópolis, 21 de outubro de 1889) foi um empresário, industrial, banqueiro e político brasileiro. Ao longo de sua vida recebeu os títulos de barão (1854) e de visconde com grandeza (1874) de Mauá. É patrono do Ministério dos Transportes e pioneiro em várias áreas da Economia do Brasil. Um de seus maiores feitos foi ter empreendido a construção da primeira ferrovia brasileira, a Estrada de Ferro Mauá, no estado do Rio de Janeiro.

De origens simples, ascendeu socialmente pelos próprios méritos e iniciativa, sendo considerado um dos homens mais importantes do país à época. Então incompreendido por uma sociedade rural e escravocrata, atualmente é considerado o símbolo dos empreendedores capitalistas brasileiros do século XIX. Foi precursor da valorização da mão-de-obra, do investimento em tecnologia, das transnacionais brasileiras, da globalização, do multilateralismo e do Mercosul. Ironicamente, hoje conhecemos a sua biografia graças à exposição de motivos que apresentou aos credores e ao público ao falir, em 1887.

A infância e a juventude

Natural da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Arroio Grande, à época distrito de Jaguarão, na então Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, atual Rio Grande do Sul, era filho natural de João Evangelista de Ávila e Sousa e de Mariana de Jesus Batista de Carvalho, sendo neto paterno do fundador da Freguesia, Manuel Jerônimo de Sousa.

Aos cinco anos de idade perdeu o pai (1818), vítima de um tiro de ladrões de gado. Dois anos depois, por pressão da família, sua mãe casou-se com João Jesus, mas como este não desejava os filhos da viúva, a mais velha, Guilhermina, foi casada aos onze anos de idade e Irineu, entregue a um tio, José Batista de Carvalho, comandante de navio da marinha mercante, que levava couros e charque desde o porto do Rio Grande para o Rio de Janeiro. Após receber as primeiras letras em um internato em São Paulo - onde ficou sob os cuidados de seu tio Manuel José de Carvalho (Arroio Grande, 1802 - Rio Claro, 1 de novembro de 1872) - Irineu, aos nove anos, seguiu com o tio (de partida para a Índia) para o Rio de Janeiro em 1822, então capital do Império do Brasil. Ali se ocupou como caixeiro em um armazém, das sete horas da manhã às dez da noite, a troco de moradia e comida. Aos onze anos de idade foi trabalhar no comércio do português Antônio Pereira de Almeida (1824), onde se vendiam desde produtos agrícolas até escravos - essa última a maior fonte de renda do comerciante -, de quem se tornou empregado de confiança, vindo a ser promovido, em 1828, a guarda-livros.

Diante da falência do comerciante, no contexto da crise do Primeiro Reinado, liquidou as dívidas do patrão. Por recomendação do antigo empregador, foi admitido na empresa importadora do escocês Richard Carruthers (1830), onde aprendeu inglês, contabilidade e aperfeiçoou a arte de comerciar. Aos vinte e três anos tornou-se gerente (1836) e, logo depois, sócio da empresa. Quando Carruthers retornou para a Grã-Bretanha, em 1839, Irineu assumiu os negócios da firma. Adquiriu uma chácara em Santa Teresa (Rio de Janeiro) onde foi residir e auxiliou conterrâneos envolvidos na Revolução Farroupilha a escapar de prisões no Rio de Janeiro.

O industrial

Em 1839, mandou buscar sua mãe e uma tia que haviam ficado no Sul. Junto com elas veio sua sobrinha, Maria Joaquina Machado, que desposou em 1841 e com quem teve doze filhos.

Uma viagem de negócios que fez à Inglaterra, em busca de recursos (1840), permitiu-lhe conhecer fábricas, fundições de ferro e o mundo dos empreendimentos capitalistas, convencendo-o de que o Brasil deveria trilhar o caminho da industrialização. A Inglaterra fora o cerne da Revolução Industrial, e o Brasil ainda era um país de produção rural. Ao retornar, diante da decretação da chamada tarifa Alves Branco (1844) e da alta dos preços do café no mercado internacional no período, decidiu tornar-se um industrial.

Tendo obtido junto ao governo imperial brasileiro a concessão do fornecimento de tubos de ferro para a canalização do rio Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro (1845), liquidou os interesses da Casa Carruthers e, no ano seguinte, adquiriu uma pequena fundição situada na Ponta da Areia, em Niterói, na então Província do Rio de Janeiro. Imprimindo-lhe nova dinâmica empresarial, transformou-a em um estaleiro de construções navais. No ano seguinte, o Estabelecimento de Fundição e Companhia Estaleiro da Ponta da Areia já multiplicara por quatro o seu patrimônio inicial, tornando-se o maior empreendimento industrial do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, além de artilharia, postes para iluminação e canos de ferro para águas e gás. Deste complexo saíram mais de setenta e dois navios em onze anos, entre os quais as embarcações brasileiras utilizadas nas intervenções platinas e as embarcações para o tráfego no rio Amazonas. O estaleiro foi destruído por um incêndio em 1857 e reconstruído três anos mais tarde. Acabou-se de vez quando a lei de 1860 isentou de direitos a entrada de navios construídos fora do país. Isso conduziu a empresa à falência.

Na época, o tráfico de escravos gerava muito dinheiro. Porém, Irineu utilizou os recursos usados para a compra de africanos para financiar suas idéias promissoras.

O banqueiro

Com a extinção do tráfico negreiro, a partir da Lei Eusébio de Queirós (1850), os capitais até então empregados no comércio de escravos passaram a ser investidos na industrialização. Aproveitando essa oportunidade, Mauá passou a se dividir entre as atividades de industrial e banqueiro, tendo acumulado fortuna aos quarenta anos de idade.

Entre os investimentos que realizou, além do estaleiro e fundição na Ponta da Areia, destacam-se:

  • o projeto de iluminação a gás da cidade do Rio de Janeiro, cuja concessão de exploração obteve por vinte anos. Pelo contrato, o empresário comprometia-se a substituir 21 milhas de lampiões a óleo de baleia por outros, novos, de sua fabricação, erguendo uma fábrica de gás nos limites da cidade. Os investidores só começaram a subscreveram as ações da Companhia de Iluminação a Gás quando os primeiros lampiões, no centro da cidade, foram acessos, surpreendendo a população (25 de Março de 1854). Posteriormente, premido por dificuldades financeiras, Mauá cedeu os seus direitos de exploração a uma empresa de capital britânico, mediante 1,2 milhão de Libras esterlinas e de ações no valor de 3.600 contos de réis.
  • a organização da Companhia de Navegação do Amazonas (1852), com embarcações a vapor fabricadas no estaleiro da Ponta da Areia. Posteriormente o Império concedeu a liberdade de navegação do rio Amazonas a todas as nações, levando Mauá a desistir do empreendimento, transferindo os seus interesses a uma empresa de capital britânico.
  • a construção de um trecho de 14 quilômetros de linha férrea entre o porto de Mauá, na baía de Guanabara, e a estação de Fragoso, na raiz da serra da Estrela (Petrópolis), na então Província do Rio de Janeiro, a primeira no Brasil. No dia da inauguração (30 de Abril de 1854), na presença do imperador e de autoridades, a locomotiva, posteriormente apelidada de Baroneza (em homenagem à esposa de Mauá), percorreu em 23 minutos o percurso. Na mesma data, em reconhecimento, o empresário recebeu o título de barão de Mauá. Este seria o primeiro trecho de um projeto maior, visando comunicar a região cafeicultora do vale do rio Paraíba e de Minas Gerais ao porto do Rio de Janeiro. Em 1873 pela União & Indústria, empreendimento de Mauá ligando Petrópolis (RJ) a Juiz de Fora (MG), a primeira estrada pavimentada no país, chegavam as primeiras cargas de Minas Gerais para a Estrada de Ferro Dom Pedro II (depois Estrada de Ferro Central do Brasil) empreendimento estatal inaugurado em 1858, que oferecia fretes mais baixos. Em 1882, vencidas as dificuldades técnicas da serra, os trilhos chegavam a Petrópolis.
  • o estabelecimento de uma companhia de bondes puxados por burros na cidade do Rio de Janeiro, cujo contrato para exploração Mauá adquiriu em 1862, mas cujos direitos, devido a necessidades de caixa, foram cedidos à empresa de capital norte-americano Botanical Garden’s Railroad (1866), que inaugurou a primeira linha de bondes em 1868, organizando uma lucrativa rede de transportes.
  • a participação, como acionista, no empreendimento da Recife & São Francisco Railway Company, a segunda do Brasil, em sociedade com capitalistas ingleses e de cafeicultores paulistas, destinada a escoar a safra de açúcar da região.
  • participação, como acionista, na Ferrovia Dom Pedro II (depois Estrada de Ferro Central do Brasil);
  • a participação, como empreendedor, na São Paulo Railway (depois Estrada de Ferro Santos-Jundiaí).

No final da década de 1850, o visconde fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Paris, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu.

Política e decadência

De idéias políticas de caráter liberal e defensor do abolicionismo, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões platinas (1850). Contrário à Guerra do Paraguai, foi deputado pela Província do Rio Grande do Sul em diversas legislaturas (1856, 1859-1860, 1861-1864, 1864-1866 e 1872-1875), tendo renunciado ao mandato em 1873 para melhor cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária que se iniciara em 1864. A combinação das suas idéias, juntamente com o agravamento da instabilidade política da região platina, tornou-o alvo das intrigas dos conservadores. As suas instalações passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e os seus negócios foram abalados pela legislação que reduziu as taxas de importação sobre as importações de máquinas, ferramentas e ferragens (tarifa Silva Ferraz, 1860). Com a falência do Banco Mauá (1875), pediu moratória por três anos, sendo obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros e ainda os seus bens pessoais para liquidar as dívidas.

Doente, minado pelo diabetes, após liquidar as suas dívidas, encerrou um capítulo da sua vida empresarial. Com o pouco que lhe restou e o auxílio de familiares, dedicou-se à corretagem de café até falecer, aos 76 anos de idade, em sua residência na cidade de Petrópolis poucas semanas antes da queda do Império. Foi sepultado no mausoléu de sua família, no cemitério de São Francisco de Paula, no bairro do Catumbi.

A visão empresarial de Mauá

Convivendo em uma sociedade rural e escravocrata, o contato com a mentalidade empresarial britânica que, nos meados do século XIX, gestava a segunda fase da Revolução Industrial, foi determinante para a formação do pensamento de Mauá.

O seu estilo liberal de administrar era personalíssimo para o Brasil, país acostumado à forte centralização monárquica que o Poder Moderador, expresso na Constituição de 1824, havia reafirmado.

Os seus primeiros passos como empresário foram marcados pela ousadia de projeto, apostando no emprego à tecnologia de ponta. Em toda a sua carreira preocupou-se com a correta gestão de recursos, marcada por uma administração descentralizada, onde a responsabilidade de cada indivíduo na cadeia de comando era valorizada. A sua política salarial expressava, em si própria, um investimento nos talentos de seus empregados, tendo sido pioneiro, no país, na distribuição de lucros da empresa aos funcionários. Em complemento, incentivava os seus colaboradores mais próximos a montar empresas e a fazer negócios por conta própria. O nível de gerência era contemplado com créditos e apoio logístico para operar os empreendimentos, o que combinado com a autonomia administrativa e com a participação nos lucros, permitia fazer face à maioria das dificuldades.

Desse modo, Mauá controlou oito das dez maiores empresas do país: as restantes eram o Banco do Brasil e a Estrada de Ferro Dom Pedro II, ambas empreendimentos estatais. Chegou a controlar dezessete empresas, com filiais operando em seis países. Sua fortuna em 1867, atingiu o valor de 115 mil contos de réis, enquanto o orçamento do Império do Brasil para aquele ano contava apenas com 97 mil contos de réis. Estima-se que a sua fortuna seria equivalente a 60 bilhões de dólares, nos dias de hoje.

Mauá também foi muito conhecido por suas idéias contrárias à escravidão, o que o distanciava das elites políticas do Império, o que se ressentiu indiretamente nos seus interesses comerciais. Com o passar dos anos, Mauá foi se afundando em dívidas, pois sempre que não conseguia recursos, fosse através de subscrições, ou através do apoio financeiro do governo, lançava mão das reservas de sua base de operações: o Banco Mauá & Cia.

Cronologia

  • 1813 (28 de Dezembro): Nasceu Irineu Evangelista de Sousa.
  • 1819: O pai foi morto por um tiro durante uma viagem para a compra de gado.
  • 1821: Remediada, sob pressão da família, a mãe, casou-se novamente. Irineu foi entregue a um tio.
  • 1822: Após estudar em um internato em São Paulo, Irineu, aos 9 anos, seguiu com o tio para o Rio de Janeiro.
  • 1824: Trabalhou como caixeiro no comércio de tecidos.
  • 1828: Promovido a guarda-livros.
  • 1829: Admitido ao serviço do comerciante escocês Richard Carruthers.
  • 1836 (1 de Janeiro): Tornou-se gerente da Carruthers & Cia.
  • 1837: Com o retorno de Carruthers à Inglaterra, Irineu permaneceu à frente do negócio como sócio.
  • 1839: Sua família veio para o Rio de Janeiro para morar com ele.
  • 1840: Fez a primeira viagem à Inglaterra a negócios, onde conheceu o universo capitalista.
  • 1841 (11 de Abril): Casou-se com uma sobrinha, Maria Joaquina, a May.
  • 1844: Tarifa Alves Branco entrou em vigor no Brasil.
  • 1845: Irineu liquidou os negócios da Carruthers & Cia.
  • 1846 (11 de Agosto): Iniciou o Estabelecimento de Fundição e Estaleiros Ponta da Areia, para atuar na indústria pesada, fundição, estaleiro e caldeiraria.
  • 1849 - 1850: Com embarcações construídas na Ponta da Areia, iniciou a Companhia de Rebocadores Barra do Rio Grande.
  • 1850: Promoveu o encanamento das águas do rio Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro, fornecendo os encanamentos para esse fim.
  • 1851: Fundou a Companhia de Iluminação a Gás do Rio de Janeiro, cujo controle deteve até 1855. Organizou o segundo Banco do Brasil.
  • 1852: Fundou as Companhia de Navegação a Vapor do Amazonas (baseado num contrato de concessão de direitos de exploração por trinta anos), a Companhia Fluminense de Transportes e a Companhia de Estrada de Ferro de Petrópolis (a primeira ferrovia do país).
  • 1853: É um dos principais investidores nas estradas de ferro de Pernambuco (Recife & São Francisco Railway Co.) e da Bahia (Bahia & São Francisco Co.).
  • 1854 (25 de Março): Acenderam-se os primeiros lampiões a gás na cidade do Rio de Janeiro.
  • 1854 (30 de Abril): Na presença do imperador Pedro II do Brasil e de autoridades, inaugurou o primeiro trecho (14 km) da Estrada de Ferro de Petrópolis, entre o porto de Mauá, na baía de Guanabara, e a estação de Fragoso, na raiz da serra da Estrela (Petrópolis), na então Província do Rio de Janeiro. Na mesma data, recebeu do imperador o título de barão de Mauá.
  • 18551856: Exerceu o cargo de Suplente de Deputado. No período, criou uma colônia agrícola para trabalhadores na então Província do Amazonas e iniciou as conversações com investidores para a construção de uma ferrovia de Santos a Jundiaí, na então Província de São Paulo.
  • 1855: (30 de Abril) Juntamente com 182 investidores formou a Mauá, MacGregor & Cia, Instituição Financeira, que contou com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Paris, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu.
  • 1856: Investiu no Caminho de Ferro da Tijuca, empresa que veio a falir em 1868.
  • 1857: Eleito deputado. As instalações da Ponta da Areia são destruídas por um incêndio criminoso.
  • 1858: Inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II (depois Estrada de Ferro Central do Brasil).
  • 1860 (3 de Dezembro): Tarifa Silva Ferraz que reduziu as taxas de importação sobre as importações de máquinas, ferramentas e ferragens, no Brasil.
  • 1861 (6 de Maio): Adquiriu as fazendas Caguassu e Capuava, ao Capitão João José Barbosa Ortiz e suas irmãs Escolástica Joaquina e Catharina Maria, por 22.500 contos de réis. As propriedades, na região de Pilar, freguesia de São Bernardo, estendiam-se de Santo André até Rio Grande da Serra. A sede da fazenda foi demolida em 1974, para a construção do viaduto Juscelino Kubitschek de Oliveira.
  • 1862: Obteve a concessão para a exploração do transporte urbano por bondes na cidade do Rio de Janeiro, organizando a Companhia Carris de Ferro do Jardim Botânico. Os direitos dessa empresa foram transferidos para uma companhia de capital norte-americano, a Botanical Garden´s Railroad (1866), que inaugurou a primeira linha entre o Jardim Botânico e Botafogo (1868).
  • 1863: Vendeu as suas ações da São Paulo Railway (depois Estrada de Ferro Santos-Jundiaí).
  • 1867 (1 de Janeiro): Fundou o banco Mauá & Cia. que sucedeu a Mauá, MacGregor & Cia.
  • 1867 (4 de Abril): Inauguração da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Início do processo de falência de Mauá.
  • 1871: Investiu na Estrada de Ferro do Paraná.
  • 1872: Iniciou novas colônias agrícolas na Província do Rio de Janeiro. Inauguração do cabo telegráfico submarino.
  • 1874: Organizou a Companhia de Abastecimento de Água do Rio de Janeiro, que operou até 1877.
  • 1874 (26 de Junho): Recebeu o título de visconde com grandeza de Mauá.
  • 1875: Pediu moratória aos credores por três anos.
  • 1877: Fechou as portas das instalações da Ponta da Areia.
  • 1878: Publicou O meio circulante. Fechou o Banco Mauá.
  • 1879: Redigiu a Exposição aos credores e ao público, onde se compreende a sua autobiografia.
  • 1882: Os trilhos da Estrada de Ferro de Petrópolis atingem Petrópolis.
  • 1883: Viajou a Londres, tentando encontrar solução para a sua situação financeira.
  • 1884 (26 de Novembro): Aos 70 anos de idade, após ter liquidado as dívidas com os seus credores, recebeu carta de reabilitação de comerciante.
  • 1889 (21 de Outubro): Faleceu em Petrópolis, na então Província do Rio de Janeiro, às vésperas da Proclamação da República.

Irineu Evangelista de Sousa já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Paulo Betti e Jorge Neves no filme "Mauá - O Imperador e o Rei" (1999) e Gracindo Júnior na minissérie "Chiquinha Gonzaga" (2002).